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Cozinheira de Curitiba fez jantar Obama e Angela Merkel

E se o presidente dos Estados Unidos entrasse no seu restaurante para jantar? Não acontece todo dia. Então imagine que ele chegue em companhia da chanceler alemã. Receber hóspedes tão ilustres foge à rotina até das casas mais badaladas, mas foi o que aconteceu no Lorenz Adlon Esszimmer, restaurante do hotel Berlin Adlon Kempiski, em Berlim (Alemanha). O renomado restaurante (duas estrelas no Guia Michelin) é onde trabalha como cozinheira a jovem alemã-curitibana Tainara Aguado.
Tainara, que tem 23 anos, nasceu na Alemanha, mas cresceu em Curitiba, onde mora sua família. Aos 18 anos voltou para a Alemanha para cursar gastronomia e hoje integra a equipe do premiado chef Hendrik Otto. No dia 16 de novembro, dois hóspedes inesperados atravessaram a porta do restaurante: Barack Obama e Angela Merkel. “Não deu tempo de entrar em pânico porque foi tudo de uma hora para a outra e ficamos primeiramente muito honrados”, disse a cozinheira em entrevista telefônica ao Bom Gourmet.

Tainara participou da elaboração do prato principal e da sobremesa que foram servidos ao presidente norte-americano, que estava em visita diplomática no país europeu, um de seus últimos atos antes de deixar a presidência para o recém-eleito Donald Trump. “Obama comeu tudo e quem falou com ele depois do jantar disse que ele adorou”, conta a cozinheira.
Ela diz não poder revelar muitos detalhes sobre o menu escolhido pelos chefes de estado, mas conta que Obama optou por um filé de peixe com lascas de trufas acompanhado de purê e batatas, e finalizou o banquete com uma sobremesa feita com bolas de chocolate branco recheadas com pimentão verde, sorvete de iogurte e um caramelado do chocolate. Já Merkel escolheu um prato típico alemão, bolinhas de carne com purê de batata.

Se cozinhar para um chefe de estado já é tarefa delicada, para dois, nem falar. “Teve momentos de nervosismo quando os agentes do FBI começaram a andar para cá e pra lá na cozinha para monitorar o nosso trabalho”, conta a cozinheira. O controle dos agentes do serviço secreto parece ter saído de um filme de espionagem. Todas as etapas e os ingredientes usados nos preparos foram checados e, por fim, a comida passou por uma máquina que investiga eventuais traços de veneno.
Planos

Ao voltar para a Alemanha, durante três anos trabalhou e estudou no hotel Kempiski, na cidade de Berchtesgaden: uma semana por mês frequentava a sala de aula, o restante do tempo botava mão na massa no restaurante do hotel, aprendendo com os cozinheiros mais experientes e ainda ganhando um salário.
Em seguida passou pelo restaurante Tim Raue (2 estrelas Michelin), em Berlim, antes de chegar ao Lorenz Adlon Esszimmer, onde trabalha atualmente.
E voltar para o Brasil? “Acho que não. A ideia no futuro é abrir meu próprio restaurante, quem sabe em Portugal ou na Espanha”, diz ela com uma ponta de orgulho por ter sido uma das cozinheiras a servir um dos últimos jantares oficiais do presidente norte-americano.