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Confeitaria tem sido o ponto fraco dos cozinheiros do MasterChef Profissionais

Flávia Schiochet
09/11/2016 13:05
O pesadelo de todos os cozinheiros do MasterChef Profissionais tem nome: confeitaria. Todas as vezes em que a prova pede um preparo doce, o nível de nervosismo dos participantes se eleva e a eliminação é considerada justa para quem vai para casa. “Acho que foi justa a minha eliminação, eu não soube executar a sobremesa, como eu sempre falei que não sabia”, disse Priscylla Luswarghi, eliminada na noite de 8 de novembro.
Foto: Carlos Reinis/Divulgação
Foto: Carlos Reinis/Divulgação
Quem fizesse a pior escultura de caramelo na primeira prova não teria a chance de participar da prova de serviço, comandada pelo jurado Henrique Fogaça. Os cozinheiros tinham 20 minutos para fazer o caramelo, e além do sabor, contou na avaliação dos jurados a cor e o desenho. Visivelmente não acostumados a fazer caramelo, os participantes fizeram o contrário de tudo o que os chefs pâtisseriers ensinam: mexeram o açúcar, colocaram água ao final, erraram a proporção e não atingiram o ponto.
Dayse Paparoto, ao ver que Priscylla não conseguiu fazer seu caramelo nos últimos minutos de prova, deu o restante do seu caramelo. A intenção foi boa, mas Priscylla não se classificou e assistiu à prova de serviço do mezanino. Ivo Lopes, chef consultor da rede de restaurantes Alessandro & Frederico (um deles em Curitiba), não conseguiu chegar ao ponto do caramelo, mas apresentou sua calda mesmo assim. Foi o primeiro a ser avaliado e o jurado Fogaça brincou: “Bem-vindo à prova de eliminação”.
Para a prova de serviço, o chef português Vitor Sobral foi convidado a avaliar os menus criados pela equipe vermelha, composta por Dário (capitão), Ivo e Dayse, e verde, com João (capitão), Fádia e Marcelo. Cada equipe recebeu uma caixa com ingredientes diferentes da cozinha portuguesa e brasileira e criaram pratos principais e sobremesas que combinassem as duas culinárias. Foram dados 15 minutos para desenharem o menu e 1h15 para executar o mise en place (pré-preparo). A avaliação foi dada pelo número de pedidos de cada menu, da avaliação do chef Vitor Sobral e dos três jurados do MasterChef Profissionais sobre o trabalho em equipe.
A equipe vermelha preparou peito de pato ao molho de goiaba com pupunha grelhada e linguiça portuguesa para o prato principal. De sobremesa, mousse de abóbora com calda de azeitona e galette de tapioca. No menu da equipe verde, carne de porco com purê de couve e legumes para o prato principal e mousseline de queijo da Serra da Estrela com calda de vinho do Porto, zabaione e tangerina. A equipe verde teve 11 pedidos de prato principal e 15 de sobremesa, vencendo a prova contra a vermelha, que teve nove pedidos de prato principal e cinco de sobremesa.
Na avaliação da jurada Paola Carosella, as equipes “pifaram” ao escolher o cardápio, que não seduz o cliente. “É uma tendência complicarem os pratos”, comentou desapontado Vitor Sobral. Na avaliação do chef português, o ponto da carne da equipe vermelha estava perfeito, mas faltou sabor, além de a castanha portuguesa ser servida apenas cozida, sem nenhum preparo. Seu voto foi para a equipe verde ao provar a sobremesa, porque tinha elementos brasileiros (a tangerina) e montagem mais apresentável. Ele também destacou pontos negativos no resultado do time verde: “Faltou tirar a casca da fava verde e o molho de pimentão não tinha função nenhuma no prato, a não ser decorativa”, disse.
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Para os jurados Erik Jacquin, Paola Carosella e Henrique Fogaça, a equipe verde foi mais organizada na distribuição do trabalho, no mise en place e na montagem dos pratos. Dário, capitão do time vermelho, lamentou a formação de sua equipe: “Além de ter que ver se os preparos estavam certos, tinha que cuidar para que Dayse ou Ivo não tentassem tomar a frente.”
A prova de eliminação foi uma releitura de torta de limão: massa crocante, creme de limão e merengue. Priscylla, Dário, Ivo e Dayse tiveram 15 minutos de mercado e 1h15 para executar. Dayse e Dário se destacaram e apresentaram tortas desconstruídas, com merengue à parte. Dayse aromatizou seu creme inglês com baunilha e limão taiti, enquanto Dário fez espuma de limão siciliano. Com destaque por sua acidez e massa crocante, Dayse foi considerada a melhor da prova.
Ivo estava confiante e apresentou uma verrine com crumble de amêndoa e zest de limão com cointreau. “O senhor tem muito mais para apresentar que isso”, alertou Paola. “Você tem recursos para levar este prato a outro patamar. Você é famoso, Ivo, eu me lembro de sentar para jantar em restaurantes em que você estava. Você é o rei dos molhos, das carnes no ponto, dos braseados que desmancham na boca, das massas”, completou.
Com dificuldades para começar a prova, Priscylla passou boa parte do tempo dizendo não saber o que estava fazendo. Entregou uma torre de génoise com creme de limão, com massa crua e por isso foi eliminada. “Não está certo que você não entenda de sobremesa. Você terminou antes do tempo, dava tempo de sobra para fazer algo novo”, comentou Paola. No próximo programa, as mesmas equipes terão que destrinchar um cordeiro e a que perder, terá que preparar um prato da fusion cuisine na prova eliminatória.

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