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Chefs decepcionam em prova com ingredientes que iriam para o lixo
Entre pulinhos de comemoração de Marcelo e a desolação de Dayse, a primeira prova do MasterChef Profissionais que foi ao ar na terça, 25, rendeu pratos surpreendentes e críticas ácidas, as mais cruéis dos quatro episódios.

Cada um dos nove participantes recebeu uma caixa misteriosa com partes de alimentos que iriam para o lixo: pescoço, pé e pele de galinha, cabeça e espinhas de tilápia, casca de alho e cebola, casca de laranja, talo de brócolis, folha de beterraba, osso com tutano, raiz de alho-poró, entre outros. Eles deveriam usar pelo menos três destes ingredientes na prova com uma hora e tinham à disposição farinha, ovos, creme de leite, ervas, pimenta dedo-de-moça e outros ingredientes básicos. As maiores críticas aos pratos apresentados foram a combinação excessiva de gordura, como tutano e ovo no mesmo prato; o tamanho das porções servidas, considerado pequeno pelos jurados; e a apresentação.
“O maior problema nesta competição é que nós esperamos muito dos melhores”, disse Paola Carosella.

Ivo Lopes (que atua consultor gastronômico e na rede carioca Alessandro & Frederico, que tem unidade em Curitiba) preparou um caldo de peixe defumado com sauté de legumes e salsa de tutano com pimenta dedo-de-moça. A confiança do cozinheiro no sabor e nas texturas foi por ralo abaixo com os comentários dos jurados: “O maior problema nesta competição é que nós esperamos muito dos melhores”, disse Paola Carosella. Erik Jacquin encontrou uma espinha no peixe e disse que estava muito gorduroso. Henrique Fogaça completou: “Não dá vontade de comer, parece um vômito”. Apesar de irritado por ter ficado pela primeira vez em uma eliminatória, ao final do episódio Ivo estava tranquilo.

Na prova da caixa misteriosa, o destaque foi para Fádia, que escapou por pouco da eliminação no terceiro episódio. Ela preparou um creme de couve com pururuca de pele de frango e, apesar de ter salgado demais, foi o melhor da noite. “Não dá para falar que são restos. Tem bom conceito, está saboroso”, elogiou Paola.

Dário também ganhou elogios por seu ceviche de bochecha de tilápia em pedaços bem pequenos por ser mais fibrosa, e servida com tempurá de folhas de beterraba. A sugestão de Paola foi aumentar o ceviche com talos, mas Jacquin gostou da proposta: “É difícil aproveitar todos os dias as cabeças de peixe. Antes da entrada, servir uma ceviche como esta como amouse-bouche. Isso é ganhar dinheiro”.
Prova de pâtisserie
A chef pâtissière Amanda Lopes participou da prova eliminatória mostrando aos competidores sua torta Opéra. O teste de habilidade avaliou o sabor, a espessura das camadas e a altura da torta, que não deve passar de 3,5 centímetros. Os competidores tinham 2h30 para preparar três biscuits de amêndoas (a chamada joconde), creme de manteiga, ganache e calda de café e montar a torta.

Do mezanino, Dário, Fádia e Dayse comentavam sobre os colegas: “Tadinho, ele nunca fez uma sobremesa”, disse Dayse sobre Ivo. Pryscilla aproveitou a ajuda dos colegas para escolher a forma, o silpat e aprender como usar a batedeira. Foi consenso: esta foi a prova mais difícil até agora no MasterChef Profissionais, e a torta Opéra exige experiência até dos confeiteiros mais habilidosos. “Tem uma diferença entre sobremesa de confeiteiro e de cozinheiro: a do cozinheiro é feita na hora. Um suflê, por exemplo”, comenta Jacquin.

Apesar de não ter experiência, Ivo terminou de montar a sobremesa antes de todos os competidores. Rodrigo, que tinha uma estratégia diferente dos outros competidores, adiantou os recheios antes da massa e acabou fazendo uma torta menor. “A calda de café é importante porque ajuda a equilibrar a gordura da torta”, disse Paola sobre a Opéra de Rodrigo. Amanda, a chef pâtissière convidada, chamou a atenção para a massa seca e a falta de refinamento.

Rodrigo foi o eliminado da noite e Ivo e Marcelo foram considerados os melhores. Mesmo com torta considerada muito doce e com uma estrutura assimétrica, Marcelo ganhou o destaque pelo sabor de sua torta e dedicou ao seu pai, falecido há quatro anos. Na torta de Ivo, Amanda comentou que a altura foi respeitada e as camadas estão com espessuras similares. “Você conseguiu se superar em desafio. Na zona de conforto pode se perder”, alertou Fogaça para Ivo.
“Depois dessa estou pronto pra ir pra casa tomar meio litro de whisky e dormir”, brincou Ivo ao final do episódio. No episódio que será exibido em 1.º de novembro às 22h30, os competidores formam quatro duplas e apresentam pratos em uma “tela” para nove artistas plásticos julgarem. Na prova de eliminação, o preparo é com carne de avestruz e rã.