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Bebidas

Um vinho feito com 100 uvas

Gilson Garrett Jr. de Bento Gonçalves, RS
13/03/2014 06:00
O vinhedo da Dal Pizzol concentra mais de 400 tipos de uva.Foto: Fabiano Mazzotti
O vinhedo da Dal Pizzol concentra mais de 400 tipos de uva.Foto: Fabiano Mazzotti
Na sua terceira edição, o Vinum Mundi 2013 da Dal pizzol, além de ser um assemblage com 100 uvas (maioria brancas), é também uma forma da vinícola gaúcha pesquisar quais castas se adaptam melhor ao terroir brasileiro. A vinícola está em Bento Gonçalves, em pleno Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul, e o parreiral que dá origem ao vinho é a terceira maior coleção privada de uvas do mundo. O projeto de vinificação é desenvolvido em parceria com a Embrapa Uva e Vinho.
Até o momento, as uvas que mais se adaptaram ao solo brasileiro, reveladas pela pesquisa, são a francesa Caledoc, a italiana Nero D’avila e a também francesa Marsela, que já tem bons resultados em outras vinícolas da região. O vinho do mundo é apenas comemorativo (não é vendido) e são envazadas em torno de 600 garrafas por ano. Como toda edição são acrescidas mais uvas, cada vinho tem características únicas. O de 2013 tem forte acidez e boa presença de mineralidade. O primeiro rótulo do projeto foi lançado em 2011 com o intuito de estimular o enoturismo em Bento Gonçalves.
Atualmente o Vinhedo do Mundo tem 401 variedades de 30 países dos cinco continentes. Um total de 164 delas estão em plena produção, 131 serão colhidas em 2015 e outras 106 em 2016, quando se tornará a segunda maior coleção do mundo. O enólogo da vinícola Dirceu Scottá explica que são plantadas poucas amostras de cada casta em um mesmo espaço com 0,7 hectare. As uvas ficam lado a lado, sem receber qualquer tipo de tratamento diferenciado. “O vinhedo serve como uma base para possíveis vinhos. Lá estão uvas desde as mais tradicionais francesas e italianas, até iranianas e da região do Cáucaso”, diz.
Como resultado da colheita destes últimos três anos, estão algumas uvas que se destacaram pela qualidade produzida em solo brasileiro. “As francesas Marselan, Caledoc e a italiana Nero D’avila se adaptaram bem ao terroir gaúcho. Acredito que dentro de uns dois anos vamos produzir algum rótulo que utilize somente estas castas”, afirma Scottá que também é presidente da união Brasileira de Vitivinicultura e vice-presidente do Instituto Brasileiro do Vinho.
*O jornalista viajou a convite da vinícola Dal Pizzol.
Vinum Mundi 2011, 2012 e 2013. Foto: Fabiano Mazzotti
Vinum Mundi 2011, 2012 e 2013. Foto: Fabiano Mazzotti

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